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22.10.12

" Cinco sentidos "


Desenhos de Flavio de Carvalho, sobre ladrilhos hidráulicos. 
- nas paredes externas do The Peri S.C. Museum of Fine Arts .





Flávio de Carvalho  é o nome artístico de Flavio de Rezende Carvalho (Barra Mansa, 10 de agosto de 1899 — Valinhos, 4 de junho de 1973). Flávio Carvalho foi um dos grandes nomes da geração modernista brasileira, atuando como arquiteto, engenheiro, cenógrafo, teatrólogo, pintor, desenhista, escritor, filósofo, performer, flashmobist, músico e outros rótulos.

Filho de família de muitas posses, pôde receber uma educação privilegiada na França (de 1911 a 1914) e na Inglaterra, onde freqüentou a Universidade de Durham. Em 1922, formou-se em engenharia civil. Ao mesmo tempo e na mesma universidade, fez seus estudos de belas artes.

Retornando ao Brasil, empregou-se como calculista na famosa firma de construção civil de Ramos de Azevedo (1924). Costumava andar seminu pelos corredores do escritório, isto é, só de short, o que, "para a época", era tido como um despudor inaceitável. Os demais proprietários e usuários de salas do edifício ficavam indignados e as senhoras finíssimas que ali circulavam tinham verdadeiros ataques histéricos, ao que Flavio não dava a menor importância. Revoltados, reuniram-se os inquilinos, redigindo um severo abaixo-assinado: o artista deveria urgentemente deixar o prédio. Flávio não apenas se recusou como terminantemente ainda afirmou: "Não vou sair daqui de jeito nenhum. Vocês só me tiram daqui a bala... mas vai ser difícil, porque vou instalar uma metralhadora em meu ateliê..." Inteirados de sua audácia e destemor, os reclamantes não tocaram mais no assunto mas algo lhes dizia que o artista blefara fragorosamente. Contudo, no dia seguinte, um destacado anúncio no Diário Popular fez com que houvesse um frêmito de pânico no velho edifício: "COMPRA-SE UMA METRALHADORA. TRATAR COM FLÁVIO DE CARVALHO NO INSTITUTO DE ENGENHARIA".

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No Brasil, muito antes desses experimentos relacionais dos anos 1960 e 1970, ou seja, da ênfase nas trocas sociais como meio de realização de propostas artísticas, Flávio de Carvalho já buscava uma maior relação entre arte e público. Antes da consolidação do termo “performance”, Carvalho utilizava a palavra “experiência” para denominar suas práticas interdisciplinares, desvinculadas das categorias artísticas tradicionais.

            Em 1931, Carvalho realiza sua “Experiência No. 2”. Nela, o artista caminha na contramão do fluxo de uma procissão de Corpus Christi, mantendo um boné na cabeça, o que na época era considerado extremamente ofensivo. O artista só não foi linchado na ocasião graças à intervenção da polícia. Flávio de Carvalho resume essa experiência na tentativa de testar a in/tolerância da comunidade religiosa.
            Em “Experiência No. 3”, em 1956, bem aos padrões dos happenings — cujo conceito começava a se sedimentar nos Estados Unidos —, o artista desfilou pelo centro da cidade de São Paulo com seu “new look”, ou traje de verão masculino. Segundo Carvalho, esta seria a roupa mais adequada ao clima tropical: saia, blusa de mangas fofas, chapéu de organdi e meias arrastão.


 


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13 comentários:

myra disse...

ele era FANTASTICO!!!!!!!que bom que colocou este post sobre ele!!

abraço

peri s.c. disse...

Myra

" arquiteto, engenheiro, cenógrafo, teatrólogo, pintor, desenhista, escritor, filósofo, performer, flashmobist, músico e outros rótulos ",
ele era fantástico mesmo !

João Menéres disse...

Os desenhos nos ladrilhos pertencem a um género que também abrecio muito.

Um abraço.

peri s.c. disse...

João
desenhos em ladrilhos, uma tradição aí de vocês !
abraço

Allan Robert P. J. disse...

Boa lembran;ca, bela homenagem. Só invejo os teus ladrilhos.

:)

Allan Robert P. J. disse...

Boa lembran;ca, bela homenagem. Só invejo os teus ladrilhos.

:)

Jorge Pinheiro disse...

Esse museu promete. Bom post.

peri s.c. disse...

Allan

Esses ladrilhos são algo raros . E belos !
E o Flavio, um criador muito particular.

peri s.c. disse...

Jorge

Quando vier para cá está convidado para conhecê-lo. Com direito a umas boas caipirinhas.

Li Ferreira Nhan disse...

Ficaram liiiindos!

(Eu tenho em preto, foram presentes do "Béla da Ponte Pequena"! Ainda não fiz nada com eles...)
bjs

Jorge Pinheiro disse...

OK. Abraço.

peri s.c. disse...

Li

Também tenho um jogo do " preto" fiquei em dúvida sobre qual colocava na parede, optei por este mais condizente com os tijolos.
E também presentes do " Bello " !

Anônimo disse...

Grande post, grande museu, e grande Flávio, que por sua conta e causa perdi uma amiga do Varal.