1. Deu a volta por cima e foi cair 7,04 m adiante ...
Desta vez torci mesmo. A Maureen não participou em Atenas porque estava suspensa por dois anos em função de um estranho dopping conseguido com uma pomada para depilação.
Era opinião geral que depois disso estava acabada para o esporte. Nada. Mulherzona de fibra, voltou e ganhou .
2. Bob Fernandes, no portal Terra, escrevendo sobre o chororô, o medo de vencer e a mania de pedir desculpas dos atletas brasileiros
" Vou elevar Muricy Ramalho à categoria de filósofo. Não sei em que gramado da vida ele garimpou a frase, mas “a bola pune” é irretocável para definir o jogo em que o Brasil entregou o ouro para os EUA no futebol feminino.
A bola puniu com um 1 a 0 o domínio estéril, embalado por uma quantidade de passes errados, 62, que faria o Dalai Lama perder a paciência.
Certamente em algum livro de auto-ajuda o professor Vanderlei Luxemburgo capturou outra máxima: “O medo de perder tira a vontade de vencer”. Nesse momento Almanaque de Farmácia sapequemos outra filosofada, e essa vale não apenas para os futebóis, mas também para o conjunto da obra de até agora em Pequim e cercanias: “O medo de vencer leva à derrota”.
Numa entrevista publicada hoje pelo Terra, o técnico Dunga diz que Ronaldo Gaúcho e a seleção não necessitam de um trabalho psicológico. Não é o primeiro a pensar assim, e é claríssimo que os atletas brasileiros têm um profundo preconceito em relação ao divã. Auxílio que, para dar apenas um exemplo, Michael Phelps tem, e tem como algo indispensável.
Atletas brasileiros entendem as expressões “psicólogo”, “terapeuta”, como se fossem a marca da fraqueza e assim, enquanto não são levados a se fortalecer emocionalmente, perdem partidas, provas, batalhas em que poderiam ter vencido ou, ao menos, ido adiante. E choram, choram, o Brasil já chorou um rio Amazonas nessa Olimpíada.
Normalíssima a emoção na vitória, numa derrota ou outra, mas não é possível que esse vale de lágrimas verde-amarelo não signifique descontrole, uma bandeira gigantesca da falta de preparo emocional básico para uma competição de altíssimo nível como uma Olimpíada. Outro exemplo? Uma Copa do Mundo.
Alguém aí acha normal um super-astro, um atleta como Ronaldo Fenômeno chegar a uma Copa com a quantidade extra de arrobas que ele chegou à Alemanha? Ou outro super-astro como Ronaldo Gaúcho, com todo aquele talento, encolher nos momentos decisivos, entregar-se por quase meio ano e chegar a uma Olimpíada com aquele pandeiro? " .... continua aqui
Up Date, de hoje, do próprio Bob Fernandes, sobre a seleção feminina de volei que joga a final amanhã : " Para tanto o técnico José Roberto Guimarães tomou suas providências. Pagando do próprio bolso trouxe para Pequim uma psicóloga, contou a Terra Magazine Katia Rubio, professora da Faculdade de Educação Física da USP, pós-doutora e presidente da Associação Brasileira de Psicologia do Esporte. Se vencerão ou não é uma outra história, mas até a semi-final não deram sinais da fragilidade de Atenas e do Pan 2007."
3. Flavio Gomes ( link ) - ESPN / Ig, escrevendo sobre mais uma das inacreditáveis histórias da desorganização de nosso esporte.
E querem, com a alegre e efetiva coordenação(?) de nosso supremo lider, sediar uma Olimpíada.
" O Nosso Atletismo
Pequim (nem tudo é ouro) - Está em despacho da Agência Estado: Jadel Gregório, o principal nome do atletismo brasileiro, ficou sem técnico em Pequim. Pedro Henrique de Camargo Toledo, o Pedrão, veio à China e se mandou na semana passada.
Isso é o que está nos jornais brasileiros. Agora, o que eu sei.
Pedrão foi convidado pelo pessoal do atletismo e do COB para acompanhar Jadel, e acabou sendo colocado num quarto de hotel decrépito na capital chinesa. Prometeram que logo iriam procurá-lo para se juntar à delegação. Ficou uma semana no quarto do hotel e não recebeu um telefonema sequer. Com naturais dificuldades de comunicação, todos na China as têm, passou esses dias a pão e queijo, que era o que conseguia identificar no mercadinho perto de onde se hospedou. Mal saía do quarto, porque temia que telefonassem e não o encontrassem.
Pedrão não é nenhum garoto. Foi técnico do João do Pulo em Montreal/1976 e Moscou/1980. É um veterano respeitadíssimo na história do atletismo brasileiro. Tem quase 70 anos. Um amigo o encontrou aqui, largado pelos dirigentes e pelo Jadel . Outro amigo cuidou de mudar sua passagem, lhe dar uma refeição decente e mandá-lo de volta para o Brasil.
Antes de embarcar, Pedrão pediu apenas uma coisa: que este amigo o levasse a alguma lojinha onde pudesse comprar camisetas da Olimpíada para dar de presente aos netinhos. Queria mostrar, na volta, que realmente esteve em Pequim, e que lembrou deles.
Enquanto ninguém, aqui em Pequim, lembrava dele, Pedrão. "
mais rápidos que o obturador da câmera fotográfica
12 comentários:
O incrível foi ter conseguido no primeiro salto. Abalou todas as outras.
Boa!
muitas palmas pra maureen, com bichinho de pelúcia e tudo! aplausos tb para o bob fernandes, lúcido como pouquíssimos! triste e revoltante o depoimento sobre o pedrão. e aplausos entusiasmados para voce, peri, por essa cobertura inusitada, inesperada e originalissima da olimpíada. sou seu fã!
Guga
Boa ? Boazuda ! Que pernas!
Marcio
Muitíssimo obrigado, a recíproca é verdadeira.
Obs : foi divertido.
grande abraço
Quantas medalhas vocês conseguiram? Nós, só 2 medalhitas: uma de ouro e outra de prata. Snif, snif, somos tão pequeninos...
Roserouge
15 medalhas no total, igualando o record de Atlanta, continuamos na mesma.
Na mesma não. As medalhas foram outras e os "artistas" também... a História nunca se repete. Pode é ser parecida!
:-)
Ontem na maratona masculina, foi ultrapassado o recorde mundial que estava na posse do nosso Carlos Lopes que ganhou a medalha de ouro em Los Angeles em 1884. Imagina, foram precisos 24 anos para o recorde do homem ser batido. Mas por acaso, dessa vez foi bonito, ouvir o nosso hino em LA com o outro de medalha ao pescoço todo contentinho (nós todos também), e depois a cerimónia de encerramento com o Lionel Ritchie rodeado de Adónis e Afrodites por todo o lado a cantar "All night long"! Ah, foi bonita a festa, pá!
Silvares
sem dúvida, só a quantidade é amesma, os atletas , frutos de geração esportiva espontânea, mudam
Roserouge
Ontem ( hoje ) ganhamos um merecido ouro no volei feminino, e uma merecida prata ( os americanos jogaram melhor, fazer o que ? ) no volei masculico.
É curioso como alguns records levam tanto tempo a serem batidos.
Não vi a cerimônia de encerramento.
Peri, ótima cobertura. Tudo funcionou a contento. Considerando que oficialmente não existe essa contagem de medalhas, fica apenas o "espírito olímpico". Não é um bom consolo para americanos e brasileiros?
Confesso que pouco me importei com a eliminação do Brasil no futebol "profissional" (ridículo), e nem com o volleyball masculino. Bernardinho precisa tomar umas aulinhas de humildade, faz bem. Que sirva de exemplo o Zé Roberto.
Grande abraço.
Adelino
Obrigado.
Oficialmente ou não, o quadro de medalhas é munição ou bóia de salvação.
Futebol também não ligo, aliás vai sair dos Jogos.
Quanto ao volei, também acho o Bernardinho é um pouco exagerado,
mas, exceto nessa final ( e um dia ia acontecer ), a seleção ganhou tudo o que participou e tem aí o dedo do técnico, manter uma equipe centrada campeonato atrás de campeonato não é fácil. e isso não é fácil, o volei masculino é talvez o esporte mais competitivo que existe.
abraço
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