Essas pequenas cidades históricas mineiras, hoje turísticas, além das atividades agropecuárias-leiteiras ( ô doce-de-leite bão, sô ) de suas zonas rurais, e da indústria moveleira de madeira de demolição, vivem do turismo : hospedagem, alimentação e do comércio, principalmente de artesanato. Em Tiradentes, quase nada em pedra -sabão, que não deve ser típica da região.
Um curioso artesanato semi-industrializado, no geral pouco atrativo. Melhor exemplo dessa industrialização as típicas " namoradeiras ", feitas através de formas, em gesso ou mais modernas em resina, e depois pintadas. Inundam as lojas. Só vi uma feita em madeira, não pintada, um lindo trabalho.
De vez em quando aparecem boas peças em madeira, como o leão abaixo. Muitos leões, numa região onde no máximo se encontravam onças. Talvez inspirados na obra do Aleijadinho, que segundo a lenda, os esculpiu sem nunca ter visto a figura de um. Mais um dos mistérios sobre este artista, dizem até que ele não existiu, mas isso é assunto para outro post.
e de repente, peças ótimas, como essa em Bichinho.
mas se você entrar escondido do padre, na sacristia certa, pode topar com um cavaleiro sem cavalo, que saiu de um altar para descansar um pouco e trocar de roupas . A arte sacra e as igrejas, como sempre, são lindas.
Esta a pequena Nossa Senhora do Rosário, a "igreja dos pretos" ( e dos pobres ) como eram chamadas no séc. XVIII. Simples e delicada, sem torre e numa bela implantação :
Em seus altares muito ouro que, contam, era levado das lavras escondido nos
cabelos dos escravos. No teto pinturas curiosamente quase monocromáticas,
estariam escurecidas pela fumaça das velas ?
Nas ruas, as capelinhas, cada uma delas uma estação da via-sacra
e que são abertas todos os dias
detalhe interno
para terminar , e quase único nas históricas cidades, o Chafariz de São José
traz água da serra de mesmo nome, abastecia a cidade de água potável através de uma
canalização de 1km feita de tubos de pedra, funciona até hoje . Uns 300 anos de bons serviços
Trabalhado em pedra-sabão azulada, lá no alto, tem um escudo com as armas portuguesas ,
e no meio de seu frontispício, uma imagem de São José de Botas,
o que o transformava também em local de oração.
FINIS
photos by P.S.C. Historical Touristic Views
57 comentários:
Peri,
Vou pegar carona neste teu ótimo post:
nos arquivos do Porão, de janeiro e fevereiro de 2006, há algumas fotografias minhas com detalhes da arquitetura barroca e colonial de Tiradentes - não sei se você chegou a vê-los na época.
abraço
Boczon
Carona dada.
Vi sim, alás vou voltar lá para rever. Na época me escapou que era Tiradentes e fiquei impressionado com a alta qualidade de tuas fotos, pensei que até que era algum trabalho formal de documentação que você estava fazendo.
Recomendo a nossos leitores que as vejam.
abraço
Peri,
pode continuar viajando pelo Brasil. São umas delícias suas observações e críticas fotográficas!
Queremos MUITO mais!
Boczon
Fui lá. Oh ! creio que o que tinha visto foram algumas republicações mais recentes que você fez, não o material completo.
Uma maravilha ! Profissionais suas fotos. Magnífica a preocupação com os detalhes, a finésima abordagem de um artista. Lindas as fotos
notúrnicas.Corretíssimo o uso do flash.
Cara, tu fotografa bem prá caráio.
Moçada : vão lá ver, vão lá.
Eduardo
Grato.
Fazemos o que podemos.
E estamos abertos à patrocínios, eh, eh.
lindas fotos, uma vez mais. porém confesso: não sou nada chegado a arte sacra e igrejas. me deprime, me assusta. traumas de infância. aleijadinho então, pra mim era mais aterrorizante do que qualquer coisa.
Muito interessantes e culturais estas visitas pelo Brasil profundo. Essa aí não conheço.
Marcio
Acho que todos nós temos traumas religiosos, hoje consigo separar estes traumas dos lugares de oração, os templos, que cada vez me interessam mais.
Jorge
Disse bem : Brasil profundo, em vários sentidos.
Minas Gerais é um estado montanhoso, pontilhado de pequenas cidades, cada uma com suas carcterísticas próprias.
e onde mais forte se fez a presença colonial portuguesa, no ciclo do ouro.
Não deixe de visitar o blog do Claudio Boczon, ( posts de jan/fev/março 2006 )onde você verá fotos muito mais espetaculares dessa região. O link , aí em meus favoritos , é o "Porão Abaixo"
Peri, excelente a sua reportagem. Gostei.
Grande abraço.
PS - Tem uma tarefa fácil pra você lá no blog. Não se assuste, a culpa é do Ery. Fique à vontade.
Adelino
obrigado, compartilhamos e provocamos água na boca da rapaziada.
PS : Gostei dessa Adelino, só vou deixar envelhecer o post de hoje ( 1, 2 dias, creio ) e como tenho o dispersivo hábito de ler vários livros ao mesmo tempo ( o que talvez signifique que crie uma confusa compilação na cabeça ), colocarei as frases da atual baciada.
E já estou pensando nas prováveis vítimas.
belas imagens, belos céus e excelente fotógrafo!
podia largar a arquitetura e buscar um trampo (trampo?) desses de viajar e fotografar e palpitar sobre lugares no mundo.
tipo turista nada acidental.
Anna
Obrigado
Taí um dos sonhos sempre hibernantes.
Viajar, fotografar, palpitar e ainda ganhar algum ?
" - Senhor, escutai a sugestão dos amigos e as minhas preces ! Amém "
Peri, é complicado para um português que conheça o interior de Portugal, não ficar impressionado com essas imagens do interior do Brasil. É perante imagens como essas que a expressão "país irmão" faz todo o sentido. Irmão gémeo, eu diria, mas gémeo gigante de um anãozinho simpático. Se me é permitida a indulgência...
:-)
Caro Silvares
Irmãos genéticamente gêmeos, sem dúvida. Mas de um anãozinho além de simpático, valente.
Só muita valentia ( aliada claro à eterna cobiça humana ) para mergulhar nesses sertões no lombo de burros, sem mapas e sem : GPSs, celulares, repelentes de insetos, lanternas de pilhas, sleeping-bags e outras traquitanas modernas hoje necessárias às aventuras radicais.
Sempre que vou para aquelas paragens longínqüas do litoral, penso como eram rijos os homens que construiram aquela parte de nossa história. E como tinham tempo, fé e dedicação para construir e decorar aquelas igrejas.
Oi, Peri
entre as cidades mineiras mais badaladas, a que fica mais próxima daqui do meu canto serrano é Tiradentes.
Ainda não fui lá.
Minha mulher já esteve por lá,. com amigas artesãs, duas vezes.
Barato e bonito, o local, pretendo visitar breve.
Lindas fotos!
abs
fernando cals
Fernando
Não deixe de ir, cidade gostosa e urbanisticamente muito amigável ( qualquer pousada/restaurante fica próxima do centro, tão pequena que é ), será se dúvida uma agradável excursão.
E não esqueça sua nova G9, quero ver as fotos
abraços
Olá, Peri, anos passados, quis conhecer os escultores dessa região, perambulei por vários, trouxe um leão, pequeno ( 0,60m). Aprendi que fazem o leão (todos), pela mitologia da figura do leão, não me lembro mais.
mas era bem objetiva a relação.
Ƨs
Fernando
A Famiglia aqui tem uma certa queda por essas esculturas vernaculares de madeira. O Museu P.S.C. exibe um até considerável acervo desses artesanatos lenhosos, muita santaria inclusive ( admiro muito a fé desse povo ), que coletamos em nossas andanças. Dessa vez importamos um "Divino" bem crescidinho, para iluminar ( espero ) nossos caminhos.
Lá em baixo. Arte incidental uma ova :) Gostei muito.
É mesmo Peri. A maior prova de coragem que os portugueses continuam mostrando a quem quiser reparar é isso de continuarmos sendo portugueses a 100% 866 anos depois. É obra!
:-)
Um abraço.
Silvares
Já nós somos uns garotinhos ( uns putinhos ? ) com nossos parcos 500 anos de história. E, 100%, um caldeirão de culturas.
José
Aquilo ficou muito bom , mas é arte de defeito eletrônico.
Que aventura incrível!!!
Tem uma fonte que lembrou a Itália.
Linda viagem;
JU
Peri,
continuo encantada. E vou ver as fotos do Boczon, claro.
Beijo
Vivina.
OK Peri, obrigado pela dica.
Peri,
como sempre a leitura dos COMENTARIOS administrados por vc aqui no Armazém valem por uma postagem, e das boas!
Parabéns por conseguir.
Ju
Uma aventura rápida e proveitosa, deveríamos fazer uma destas cada dois meses.
O chafariz lembra mesmo auqeles da Itália, sempre tão presentes nos centros históricos medievais.
bj
Vivina
Que bom !
Não deixe mesmo de ver as fotos, e os textos,também ótimos, do Boczon .
beijo
Jorge
De nada, é um prazer destacar o que é bom.
Eduardo
Eu fico muito feliz com esse "papo" todo, nos comentários, enriquecem demais as postagens.
abraço
O, Peri você é um cara esclarecido, comprou um divino para iluminar, legal.
Gostaria de saber como é, estou precisando de uma coisa para deixar no porta luvas do carro, quando furar pneu, de noite, naquelas estradas que vc. andou ultimamente. Sabe como é!
Tem tanta porcaria sendo vendida, dizendo que serve para isso e aquilo, que as vezes ficamos sem saber.
Grande Ƨ.
Fernando
Buscamos essas luzes já há algum tempo, temos alguns Divinos no acervo, pequenos. Esse que vai chegar, é bem grandão.
Eu tenho no carro um daqueles mini-compressores portáteis que você liga no acendedor de cigarros. Reenche rapidinho o pneu. Pneu sem câmara demora muito para esvaziar, em furos comuns. Se o rombo for suficientemente grande para esvaziá-lo rápido, não há produto ou grude engarrafado que tape o furo por tempo suficiente para chegar a um borracheiro.
Sobre as estradas : fomos de carro de BH à Tiradentes, via a Rio-BH federal, tráfego pesado ( grandes caminhões da minério, tão alucinados como os nossos areieiros que circulam na Dutra )uma lástima o asfalto, toda esburacada, muito perigosa, sem qualquer sinalização. Literalmente abandonada.
Você sai dela logo depois de Congonhas do Campo, daí em diante uma estadual em bom estado.
esta é a arquitetura do Brasil. A única.
Beleza.
abçs
Guga
Só faltam aí as varandas , espaço de mediação e conforto tropical entre o externo e o interno.
abraço
verdade. E os largos beirais...
Peri,
te agradeço de novo. Fui lá no Boczon, fotos e textos tão bons quanto os seus. Claro que devo dizer isso a ele também, mas, por enquanto, te faço de intermediário, mesmo sem pedir licença. Pra opinar lá preciso de um tempo, meu lado roceiro só me deixa andar por paragens conhecidas...
Beijo "acanhado", pra usar um termo do meu tempo.
Vivina.
Belíssima viagem vc nos levou...adorei, quero mais.
Bjs
Guga
Os largos beirais que mantém o pau-a-pique intacto. Os caras, em sua simplicidade, sabiam das coisas.
Guga
Lembrei : em Bichinho, 7km de Tiradentes, as casas são em " adobe", grandes blocos, sobre alicerces de pedra. Não fotografei.
Vivina
Bom que valeu. O Caludio Boczon tem um trabalho artístico finésimo, em várias modalidades, como se vê, e o seu blog é muito particular.
Tiro respeitosamente o chapéu prá você, como fariam nossos roceiros, os caipiras.
Patty
Valeu, uma parte ótima das viagens é recontá-las. Também quero mais.
Conheço o bixim!
Peri,
o post está tão bem feito, quanto belas, imagino, as artes, a arquitetura, a paisagem.
A igreja - do Rosário? (agora não dá pra ver) - dos pretos é lindinha mesmo. O chafariz. Não li os 40 e tantos comentários deixados pra você, então desculpe talvez o repeteco de dizer que os escravos levavam o ouro dentro de estátuas de santo, daí pras igrejas e etc, e daí o "santo-do-pau-ôco". Faziam túneis tb.
Beijo,
e se estiver ainda por aí, vê se aproveita bastante.
Peri,
eu sabia que o Márcio tinha algum pobrema. Descobrí. Tinha que ser trauma e dos bons!
Tá perdoado, Márciô!//
Brincadeiras à parte, excelente post, digno de ir parar nos anais do Varal de Idéias ou no Post de Ouro do Ery. Recomendo.
Abraço forte
Peri, voltei.
Não aguentei e levei para o Perplexo.
Virou post, claro.
Guga
Conhece bixim ou Bichinho ?
Sibila
Valeu.
O encantamento, vem da beleza da paisagem, da arquitetura e das artes, claro, mas tem alguma coisa estranha que te envolve, um ritmo esquisito. Você nota que todas as pessoas com que você cruza estão ... tranquilas, sossegadas.
Andar , olhar, sentir, calmamente.
A verdadeira " escala " humana.
Pena, foi rápido, apenas quase dois dias .
beijo
Valter
A Marcio ainda tem salvação, ah, ah.
Obrigado, ainda mais pelo post lá no Perplexo.
Melhor que fazer os posts, que tem sido uma ótima diversão, é ( como já respondi ao Eduardo aí em cima ) essa presença escrita de tantos de vocês e a troca de idéias aqui nos comentários. Me alegra muito.
abraço
Peri,
acho que o comentario do Fernando, logo acima, também merece um outro: os pneus não furam mais como antigamente! Tenho andado tres a quatro anos com pneus que nunca furaram. Tenho vendido carro com quatro anos de uso( SEMI NOVOS) sem trocar um pneu por furo. Às vezes faço o rodízio, mas por furo não me lembro quando foi a ultima vez! Minto, lembrei, e até virou postagem no Varal. Ha dois anos uma CHAVE entrou no pneu. Mas assim também não vale!!!E não há SANTO que proteja!
Eduardo
Não se fazem mais pregos como antigamente, eh, eh.
Peri, obrigado por acompanhar " dis-cursos", sempre um prazer ter o seu olhar e comentário.
JU
Ju
Gostei muito da casa nova.
Oi, Peri. Vim ver teu post por causa da chamado do Valter do Perplexoinside e adorei. Tiradentes é uma das cidades mais bonitas que conheço.
Grande abraço.
Adelaide
Ótimo, gentileza do Valter.
A resposta inicial que estava escrevendo para teu comentário, me deu uma idéia para um post final da série, que vai ao "ar" segunda á tarde.
abraço
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