Ontem foi a estréia de uma nova cronista no Estadão, a Vanessa Barbara.
The P.S.C. Review of Books and Afins recomenda. Não só suas crônicas, como seu site, suas matérias e seus dois livros, uff.
E em seu primeiro texto (link), começou falando de um bairro meio estranho que fica encostadinho na Serra da Cantareira, onde existe um Conjunto Residencial meio estranho e onde está essa rua meio estranha. Bairro onde parece que acontecem umas coisas meio estranhas.
É nessa rua curtinha que a Vanessa morava até pouco tempo atrás, e onde por coincidência está a sede das meio estranhas Organizações Peri S.C.
O texto é delicioso. Mas a Vanessa deve ter sofrido para escrevê-lo, difícil encaixar numa pequena crônica todas as histórias que viveu e ouviu. A do ônibus certo no lugar errado eu presenciei, a da chuva de barras de ferro vou querer maiores detalhes, nenhuma despencou perto de nossa sede.
Ela é uma ótima jornalista, escreve na Piauí. E meio que na contra-mão do jornalismo atual, feito à base de assessores de imprensa e press-releases. Para fazer a matéria sobre os atendentes de tele-marketing, antes de ir conversar com o pessoal do ramo, se preparou fazendo um curso de uma semana, e virou uma "tele-atendente" diplomada, prontinha para nos cobrir de gerúndios.
Foi contratada para a Piauí porque o João Moreira Sales descobriu seu site , que tem cara de blog mas que não é um blog, A Hortaliça (link), que também é ótimo. Chamou-a, contratou-a e a apresentou à CosacNaif que publicou seu primeiro livro, o Livro Amarelo do Terminal :
O texto é delicioso. Mas a Vanessa deve ter sofrido para escrevê-lo, difícil encaixar numa pequena crônica todas as histórias que viveu e ouviu. A do ônibus certo no lugar errado eu presenciei, a da chuva de barras de ferro vou querer maiores detalhes, nenhuma despencou perto de nossa sede.
Ela é uma ótima jornalista, escreve na Piauí. E meio que na contra-mão do jornalismo atual, feito à base de assessores de imprensa e press-releases. Para fazer a matéria sobre os atendentes de tele-marketing, antes de ir conversar com o pessoal do ramo, se preparou fazendo um curso de uma semana, e virou uma "tele-atendente" diplomada, prontinha para nos cobrir de gerúndios.
Foi contratada para a Piauí porque o João Moreira Sales descobriu seu site , que tem cara de blog mas que não é um blog, A Hortaliça (link), que também é ótimo. Chamou-a, contratou-a e a apresentou à CosacNaif que publicou seu primeiro livro, o Livro Amarelo do Terminal :
Um mergulho nos mundos e submundos do Terminal Rodoviário do Tietê. Trabalho muito bem : pesquisado, escrito e editado.
Sempre achei que a Rodoviária era o melhor retrato dessa maluca região metropolitana de 19 milhões de habitantes em que vivemos . Esse livro prova que eu não estava errado.
Lançou um outro livro, O verão de Chibo, escrito numa inusitada parceria, com Emílio Faria. Está na fila de leituras, já folheei, promete.
A Vanessa era uma das crianças aqui da rua, como o Marco e o José, sobre quem já fiz um post ( são eles que estão na Alemanha, desenhando os Volks que já rodam e os que rodarão por aí. ). Peri Jr acabou de sair afobado, de terno e gravata, para uma entrevista de estágio. O tempo passa rápido, as crianças já foram para o mundo.
31 comentários:
Bonito, terno, e informativo post! Muitas dicas de livros e a apresentação de blogs (site) e jornalistas! Tudo numa segunda feira "braba". Sucesso para o Peri Jr. Imagino com não estarão mamãe e papai Peri Jr!
Quando disse bonito virgula terno, não me referia ao certamente também bonito terno do Peri Jr, mas ao post! rsrsrs!
Forte abraço.
Fui conferir o texto da moça e realmente BARBARo, sem trocadilho!
Abçs
Eduardo
E bota "braba" nessa segunda-feira.
( As segundas-feiras deviam ter no máximo umas 3 horas, assim mudava logo prá terça ).
Obrigado pelos comentários. Um post que começou na sexta-feira à tarde, quando fui alcançado na porta do escritório pelo Carlos, o pai da Vanessa, que veio me avisar da crônica no domingo. Depois , no sábado veio me trazer em casa, o livro de presente, autografado. E trouxe o álbum de recortes com tudo que já foi publicado sobre ela ( e é muito, eu não imaginava ) inclusive sua participação no FLIP.
Muito legal acompanhar esses meninos. E a vibração dos pais.
Peri, ontem quando lí, lembrei na hora de voce. Mandaqui,Cantareira, e essas histórias. Só não sabia que vc era íntimo da moça. Saquei logo que era coisa boa. Como o Estadão está estreando colunistas novos, espero falar dela logo e o seu post há de servir de inspiração.
É bom ver os meninos crescerem. Aqui ontem, churrasco. Tiago faz 29 anos essa semana. Veio com a noiva. Ele economista, ela advogada se preparando para o concurso da magistratura. É, o tempo passa e os meninos crescem.
Boa sorte ao júnior (hora do pai Peri começar a ativar a network, hein?)
Abraço forte
Eduardo
E faltou muita, muita coisa, a respeito aqui do pedaço.
Por ex, ela não citou o médico que até hoje trabalha como um antigo clínico-geral familiar, se preciso vem em casa, todos tem seu telefone ( mas que faz suas consultas sem esconder de sua mesa, o cinzeiro e o maço de Minister, eh, eh ), nem o Falcão, o melhor jogador de futebol de salão do mundo, que está disputando agora o Mundial no Rio e é filho do açougueiro que nos atende. E etc...
Valter
O pai dela é de uma área que você conhece bem : engenheiro de frio alimentar, já fizemos juntos uns Pão de Açucar.
eh, eh, ando ativando os networks atrás de trabalho para mim, tá ruço.
Peri,
um bairro, um conjunto habitacional, uma rua, tudo isso muito estranho... Será que é a fórmula para ter gente de talento?
abs.
Hélio
Bastante talento para pouca rua, acho que acima da média normal. Fiquei pensando nisso, afinal o bairro não é nenhum polo de atração cultural. Quem sabe alguma vibração cósmica qualquer.
Se mudarmos a abordagem "tudo muito estranho" para " com certas particularidades" fica mais correta a coisa.
Mais um exemplo : o carteiro, que costuma passar fim-de-tarde/começo de noite, se está escuro surge com uma daquelas lanternas de espeleólogo na testa. Perguntei se ele havia comprado, " - Não, um vizinho teu que me deu de presente " . Hilário ver aquela luzinha subindo a rua.
matéria paga é, seu peri's, prá mostrar a sede da holding?
agora, quando filho começa a sair de terno e gravata ou a filha de tailleur, é hora de por uma bermuda, ir ver o pôr do sol com a moçada (a sua), tomar caipirinha as 3 da tarde numa terça, e fazer aulas de ioga, ou meditação.
quem sabe praticar um esporte radical?
Anna, exatamente o que estou com vontade de fazer depois de voltar da prova de vestido de noiva da filha. Vixi.
Peri, belo pedaço e bons vizinhos. Isso vale a pena.
Bjs
Anna
Ah, ah, o livro veio antes da promessa de post.
( a sede da holding ficou escondida na foto, não quero constranger ninguém)
Perfeita a idéia, não fossem certas demandas mensais financeiras.
Quanto aos esportes radicais, além das palavras cruzadas ( desafio cabeça, claro) ando pensando em voltar a jogar sinuca, onde idéias radicais são trocadas durante o jogo, dependendo do parceiro.
Patty
Ah, ah, prova de vestido de noiva de filha não é mole. Vale pelo menos umas três caipirinhas.
É bom ter notícias da periferia.
E soube que já tem até metro aí perto!
vanessa barbara é filha do alberto roberto? e o se mandaqui é aí, o que é aqui? e o falcão é filho do açougueiro do mandaqui? esse mundo é mesmo estranho...
Guga
Acionamos nossos contatos no comitê ZN do PT, prometendo votos de toda comunidade (eh, eh) e estamos pressionando Mme Favre para, ainda em campanha, aumentar para 49 quilometros sua promessa metroviária, e se ganhar construir o ramal Jardim São Paulo / Alto de Santana/ Mandaqui.
Vamos propor que a estação seja ali na pracinha, onde começa a canalização do córrego Toca da Onça, que desce do Horto Florestal. Essa pracinha fica ali na Av. Direitos Humanos, onde em homenagem ao nome da Av. de vez em quando aparece um corpo boiando, não por causa da onça, mas por causa de tiro mesmo.
Peri, sabe que reminiscências é comigo mesmo. Vou procurar comprar e ler o livro indicado por você.
Deve ser ótimo. A rua das Organizações é pacata, bonita. Parece até interiorzão...
Boa sorte para o "rebento". Competência certamente não lhe falta, e bom assessoramento.
Grande abraço. Ótima segunda, terça-feira etc.
PS - Taí, Peri, os candidatos a prefeito poderiam aproveitar e colocar em seus programas de governo (vulgo promessas) a extinção da segunda-feira...
Abs
Marcio
1. Não.Na verdade o sobrenome é Barbará.
2. Para os habitantes da quase suficiente República do Mandaqui, periferia poluída é aí onde vocês estão.
Para nossa autosuficiência só falta petróleo, mas a PeriPetro já começou as prospecções, bem ali no pré-sal-grosso da província geológica do córrego da Toca da Onça.
Marcio, complementando
O Falcão é filho do ex-açougueiro, esse morreu. Mas o açougue continua com a família. E sempre bem atendendo a distinta clientela.
Adelino
Procure o livro, vai gostar.
Hoje a Rodoviária do Tietê, reformada, parece mais um aeroporto, com salas Vip e tudo o mais de direito.Mas o povo que a frequenta continua o mesmo, claro.
Um prato cheio para observadores da vida humana.
A vida da garotada não está fácil. Hoje, na maioria das áreas ninguém mais sai à procura de emprego com um curriculum debaixo do braço. Agora existem os " processos seletivos", com provas, dinâmicas de grupo, dezessete entrevistas, e etc...
Oi, Peri,
ótimas indicações. Li o texto do Estadão, muito bom.
Simples e despretensioso, como deve ser.
Quanto à nossas crianças, as minhas, de duas gerações diferentes, já nadam pelos 44 e 41, primeira leva, e 22 e 23, segunda fornada (outra mãe, of course)
Tudo encaminhado e mandando ver.
abração
fernando cals
Fernando
Perfeito seu comentário : um texto simples e desprentecioso, como deve ser.
Agora só falta encaminhar os netos.
Mas isso é responsabilidade dos pais, aos avôs resta curti-los. A melhor parte.
abração
As crianças já são homens e estão pelo mundo. Nós ficamos suspirando que tudo dê certo!
Peri, realmente a Hortaliça é tudo de bom!
Valeu.
Jorge
suspirando, torcendo, rezando, etc
Googala
Ô se é.
Delicioso o texto da moça, Peri! Digno dos melhores cronistas cariocas dos anos 50. A descrição do Mandaqui leva a gente até lá. Muito bom.
Pois é , Jayme.
Aguardemos os próximos.
Peri,
Vou ler o livro. Só ser editado pela Cosac & Nahif já o recomenda.
Grande abraço
Lord
Já é uma ótima credencial.
Grande abraço
Peri, desculpe o atraso, não tive oportunidade de ler este post antes.
Algo me deixou curioso: por que um texto que aqui ganhou, por unanimidade, ótimo conceito, lá no Estadão foi literalmente condenado pelos leitores/comentaristas? Havia até acusações que a moça não conhece o bairro e mais de um ficou chocado com o tratamento "nativo".
Não entendi! Quem tem razão?
Ery
Quando escrevi esse post não tinham sido feitos todos aqueles comentários lá no Estadão.
Ridículos.
As diferentes opiniões são uma questão da diversidade de formação cultural de quem lê.
A Vanessa se ateve nos aspectos pitorescos do bairro, aliás comuns a quaisquer bairros. Era só mudar o nome para Vila Mariana, Pompéia, Tatuapé e etc. Poderia ter aprofundado um pouco mais a análise, indo para o lado antropológico da questão, dizendo que o Mandaqui, assim como todos os bairros de tradicional classe média, são um poço de preconceitos, de lugares comuns mentais. Fazer o que ? Continuarão a assistir o Gugu, o Faustão, o Fantástico, o Globo Reporter, o BBB, a Luciana Gimenez, o Pânico. Achando que a vida é isso.
Fui ler o texto, tem suas finas ironias , quando ela diz que " fica a uma hora e meia da civilização ' deveria estar se referindo a um trajeto de ônibus até a Av. Faria Lima, Shoppihg Iguatemi e Daslu. Sssa classe média escrota acha que civilização é aquilo.
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