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4.1.08

Recomeçando a batalha

As grandes cidades tem lá suas vantagens, serviços, lazer, trabalho, você sente estar onde as coisas acontecem. Mas tem enormes desvantagens, algumas completamente esquecidas, meio que perdidas na memória. Uma delas, poder ver o céu estrelado. Mesmo com muitas luzes, nas cidades menores em alguns momentos você se surpreende olhando para cima, e lá estão elas, nos observando por todos os séculos. Céu estrelado e a sensação de infinito que provoca, nos dão uma certa impressão de nossa insignificância, nossa irrelevância na história do universo. Acho que a humanidade seria melhor se dormíssemos sempre com essa sensação.



Tudo muito lindo e poético. Mas, argh, temos que voltar à vida. De avião. Atraso de 10 minutos, o que para nós, brasileiros, hoje nem é atraso .
Divagando 1 : na Alemanha ou Inglaterra, como não havia neve na pista, 10 minutos de atraso talvez provocassem a queda do ministro da aeronáutica, mas sacuméquié, eles são uns chatos, não tem alegria de viver, certos estamos nós e nossos "jeitinhos".
No solo em Cumbica. Sinal de alerta para um viajante razoavelmente experimentado : o avião estaciona longe, muito longe do terminal. Pátio coalhado de aeronaves, uma confusão silenciosa.
Divagando 2 : transferiram o caos aéreo para Guarulhos, aeroporto muito maior, onde determinados fatos se diluem nos ( antigamente ) amplos espaços .
O ônibus chegou rápido ao pé da escada, mas ficamos meditando 55 minutos olhando as esteiras vazias de bagagens, num exercício zen-aeroviário.
Uma hora e vinte e cinco minutos da porta do avião à porta do taxi. Mais tempo em terra que voando por 1.000km. Êta!
Frescuras de "classe méRdia" ? Nécas. A imagem seletiva dos aeroportos mudou faz tempo. A queda dos preços nas passagens e a possibilidade de financia-las, tornaram as viagem aéreas acessíveis para grandes camadas da população. Aeroportos estão cada vez mais parecidos com estações rodoviárias.

Dia seguinte, após 10 dias longe de notícias, abro o jornal e leio a manchete assustadora. Os vampirões governamentais abriam mais uma vez seus baús de maldades.
Enquanto passávamos o fim-de-ano dando um balanço na vida, mesmo que em pequenos insights, desejando às pessoas, até desconhecidas, um ótimo ano novo, cientes que todos merecem uma vida melhor,eles agiam.
O " guverno" quer é dinheiro, quer bufunfa em caixa, e foda-se a população. A meta é sugar mais 100 milhões das anêmicas jugulares da nação. Conta que como sempre será paga por nós pessoas físicas, inclusive pelos desvalidos que a atual gestão alega defender.
Melhorar a gestão, analisar e cortar gastos desnecessários, diminuir a inoperante máquina pública, enfim de eficiência de uso dos recursos, ninguém fala. Mais fácil arrecadar.
Divagando 3 : somos uns bundas-mole, que aceitamos por 500 anos esta incompetência toda.

16 comentários:

Ana Moraes disse...

Grande Peri, Feliz 2008 pra vc e os seus! Duas notícias me chocaram...o assasinato de Butto e esse pacote de "benvindo à realidade outra vez". A gente não sabe se foge ou se fica, pra se acostumar logo...tsc..tsc. Brasil, país de notáveis filhos da puta!

anna disse...

peri's, parece que 2008 entrou com o pé esquerdo prá nós da classe de merda.
mas, como faz tempo que vivemos assim, digamos que criativamente, com certeza viveremos coisas muito boas no decorrer do ano,nénão?

Anônimo disse...

Ana
Feliz tudo para você e satélites.
E, perfeito, filhos-da-puta é pouco. Notáveis define melhor o quanto cagam e andam para quem os sustenta regiamente.

Anônimo disse...

Anna
Mais uma sacanagem anunciada, quando o governo perdeu a CPMF. E como criancinha mimada partiu para a retaliação.
Como nós não temos direito a bolsa-porra-nenhuma, sentamos na bracciola.

Ando p-r-o-f-u-n-d-a-m-e-n-t-e cansado de tanta criatividade existêncial. Não era isso que sonhava nos anos dourados juvenis. Quiuspa.

valter ferraz disse...

Peri, pega leve. Num vai mudar nada mermo. A gente sabia que seria assim.Um abraço forte

Anônimo disse...

Isso é verdade Valter, mas nem um lubifricantezinho ? Maus.
abraço

Lord Broken Pottery disse...

Peri,
A gente fala, fala, de imposto e esquece o principal: nada em troca. Minha mulher morou na Inglaterra. Lá também paga-se imposto (menos que aqui), como em todos os lugares o povo também reclama. E tem assistência médica de boa qualidade, escolas adeqüadas (visitei uma gratuita que era impressionante), segurança, transporte, é bem diferente daqui.
Grande abraço

Anônimo disse...

Peri,

assino seu post sem por nem tirar! Somos, mesmo, uns bunda-moles!

Abraço

Anônimo disse...

Caro Lord
A grande questão é exatamente esta: onde é aplicado, como é gasta esta dinheirama toda.
Temos um estado monstruoso, nos sentidos do tamanho e da feiura. A máquina pública brasileira é de notável e notória ineficiência. Um belíssimo cabidão de empregos para os apaniguados de quem está no poder.
Sei o que falo : já prestei serviços em esferas estaduais e municipais e não pretendo mais entrar nestes micos. Já tive que fazer uma via-sacra interminável no INSS, para obter o auxílio-doença para minha mulher. Não pelo auxílio-doença, mas para cumprir exigências legais da empresa em que ela trabalhava à época. É espantoso.
Tenho um amigo que mora no Canadá, sei como funciona ( muito bem ) a coisa lá. Os impostos são altos, mas educação, saúde, infra-estrutura, segurança e etc funcionando como um relógio suiço.
Infelizmente, em nosso país , sejam os gerenciadores do negócio público ou nós os beneficiários, perdemos a noção dos conceitos de cidadania,direitos e obrigações de cada um. E os exemplos que vem de cima são fora de comentários.

Anônimo disse...

Eduardo
E será que alguém vai discordar?
E sobre nossa bundice-mole é histórica, continuamos esperando um grande-pai que resolva nossos problemas.

Anônimo disse...

Peri, não precisava ser nenhum Doutor em Economia Política formado em Harvard para saber que naquela conjuntura era muito melhor entregar os anéis para não perder os dedos. A turma saiu às ruas com os "abaixo a CPMF", houve blogs coletivos, protestos de todos os lados e jeitos. Falaram em derrota do Governo, mas tenho cá as minhas dúvidas se a tal derrota não tenha sido até comemorada por ele, que assim se desobriga de inúmeros compromissos assumidos. Enfim, democracia em país de terceiro mundo é isso mesmo. O negócio é "Quero votá pra presidente". Pois que votem.

Anônimo disse...

Desculpe-me, Peri, um abraço.

Anônimo disse...

Caro Adelino
Economia não é minha praia. Não assinei nenhum abaixo assinado sobre a CPMF, pela certeza que aconteceria exatamente o que está acontecendo.
Mas, brasileiro:profissão esperança, tinha um fio de desejo que o governo entendesse a sinalização da movimentação, restrita, pela não aprovação da CPMF e tomasse uma posição mais madura, consequente, progressista em relação ao orçamento, que, me parece sempre uma peça ilusória.
Na verdade é querer muito de políticos toscos como os nossos, que por sua vez são um retrato fiel de nossa tosca sociedade. Uma pena. Está ainda por nascer uma geração de verdadeiros estadistas nestes tristes trópicos.

abraço

Anônimo disse...

Adelino
Estava relendo seu comentário e destaco mais um viés nele.
Me espanta e enerva a vocação que temos para continuarmos impávidos no terceiro mundo, apesar das extensões de terra disponíveis, da água disponível, da capacidade de energia disponível, dos insumos básicos, do tudo por fazer. E um povo que se divisasse algum futuro e fosse incentivado não por palavras vazias mas por ações consequentes e tivesse educação séria, talvez fosse mais eficiente e produtivo que os orientais no trabalho.

GUGA ALAYON disse...

Ô, Peri.
Já é 2008. Vamos mudar tudo isso. Primeiro com posts legais sobre coisas boas. ahahaha
abração

Anônimo disse...

Guga
quem passou a virada do ano entre morcegos e teias de aranha, tramando ardilosas sacanagens entre risadas sinistras,foram eles ... eh, eh
abraço