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20.1.08

Ziriguidum , ôba ! Esquentando os tamborins - 1

A libidinosa festa carnavalesca já está quase aí virando a esquina.
Os cariocas protestam, nesse ano ela vem cedo demais, onde já se viu. Vão deixar de ganhar muito dinheiro com essa pressa do calendário. A moçada só se liga em Carnaval depois da virada do ano, então quanto maior o período entre janeiro e a data momística, mais grana rolando. Após acaloradas discussões Escolas de Samba e Agências de Turismo propõe a partir do ano que vem, a fixação da data do Carnaval em época mais propícia para bons faturamentos, independente de seu complexo cálculo de origem religiosa. Já que o negócio é grana, então talvez queiram empurrá-la para Maio ou Junho. Alguns mais radicais falam em Agosto. Maravilha, sete meses de ensaios
Mas samba não é feito só no Rio. Aqui em SP também se sacode o esqueleto na avenida, sem o glamour carioca, mas como o espetáculo está hoje em dia mais para o televisivo, o que vemos no Anhembi também é muito bonito.


Longe da ferveção noturna paulistana, as low profile Organizações P.S.C. no entanto, estão bem no meio do furacão ( pequeno rodamoinho? ) carnavalesco.
Estamos na ZN, onde sacolejam seis das catorze escolas do grupo especial, fora outras três que estão logo ali do outro lado do rio Tietê, vizinhas portanto e pertecentes à mesma micro-região sambística.
Infelizmente isso não significa que na fila da padaria ou do banco tenhamos a sorte de encontrar, seja de frente ou de fundo, aquelas cabrochas esculturais e estonteantes que desfilam na avenida. Aliás nunca vi nenhuma pelas redondezas, gostaria muito de saber onde passam o resto do ano escondidas. Mas barbados: passistas, ritmistas, desfilistas, e outros istas sempre são vistos com as espalhafatosas camisas de suas alas. Esse ano já vi vários.
Ontem, no supermercado, mais um. Diretor de alguma coisa ( harmonia, evolução ?) da GRCSES Unidos da Vila Maria. O cara era grande e sua camisa um festival multicolorido de cores e textos. Claro que chamou atenção da clientela e funcionários. Enquanto aguardávamos atendimento no balcão de frios começamos aquele papo animado sobre as chances da sua escola, que veio do segundo grupo dois anos atrás, e tem feito ótimos desfiles. Aí ele, em voz baixa, comentou : " - a gente vem para arrebentar, a escola está bem montada, dez em todos os quesitos que não dependem do dia do desfile, harmonia e evolução só vamos saber na avenida ". E completou com a voz mais baixa ainda : " - nosso carro abra-alas, que está lindo, tem 134 metros de comprimento " Quase engasguei com o presunto que estava provando . " - O queeeeee ? quanto ?" . " É, isso mesmo, 134, lindão. "

Putz, 134m é quase um quarteirão e meio. Se isso virar moda, e está virando, ano que vem para que as escolas possam se alinhar com tranquilidade acho que a concentração para o desfile do Sambódromo vai ter que ser transferida do Anhembi ali para Guarulhos, Arujá, Jacareí, sei lá. Um dia no futuro, pelo gigantismo que toma conta das agremiações, quem sabe um desfile só unirá São Paulo e Rio.

18 comentários:

Aninha Pontes disse...

Prá quem gosta é uma travessa inteira.
Eu ainda prefiro a minha tranquilidade.
Um beijp e bom carnaval.

Anônimo disse...

Peri, a idéia de mudar as datas para comemorar o Carnaval não é nova. A Igreja pode comemorar normalmente, de acordo com seus cálculos no calendário.

Uma cidade do Estado Rio já mudou a dela para o Carnaval: São Fidélis. Os americanos, como você sabe, mudaram numa boa o Dia do Trabalho: primeira segunda de setembro. O problema nosso aqui talvez seja que, no caso do Carnaval, passemos a comemorar dois carnavais: um oficial e outro como manda a tradição da Igreja.
Grande abraço e boa segunda.

Anônimo disse...

Aninha
é tanta gente procurando tranquilidade às beiras-mares, nos campos, nas montanhas, que tudo vira uma enorme bagunça, eh, eh.
Alternativa : recolher-se a um mosteiro.

Anônimo disse...

Adelino
O problema é virar un eterno carnaval.
Os bahianos começam o seu com as lavagens de largo em Dezembro e esticam com as micaretas pelo resto do ano.
Haja paciência.

abraço, boa semana

valter ferraz disse...

Peri, mais carnaval do que já é? O país não anda antes e durante o carnaval e quando acaba um, já estão preparando o outro. Jorge Amado tinha razão: O País do carnaval. Só faltou acrescentar: eterno.
Abraço forte

Anônimo disse...

Valter
Mas só nessa época vemos os pierrots apaixonados que viviam só cantando e por causa de umas colombinas acabam chorando.
abraço momístico

Anônimo disse...

detesto o carnaval televisivo; e também não tenho mais saco para o carnaval 'ao vivo'. mas fico feliz em saber que o rio de janeiro retomou com muito sucesso o verdadeiro carnaval de rua, com os blocos que pululam por toda a cidade - sem folões 'pagantes', sem 'cordas', sem nada. mas o bom mesmo é saber que os blocos estão lá e eu aqui.

Anônimo disse...

Marcio
Carnaval, só ao vivo e com cabrochas de todas as cores e cheiros por perto.
Muito bem lembrada essa ressuscitação dos blocos cariocas, o verdadeiro carnaval, na contra-mão da babaquice carnavalesca bahiana.
Não esqueçamos da festa de Olinda/Recife,onde também vai quem quer e atrás de música boa.

Mas fique esperto, um dia um bloco te arrasta. ah, ah.
Já imaginou, você ali no boteco, passa o bloco com a Bom-Bom ou a Globeleza no meio fazendo "assim" com o dedinho, te chamando prá festa do "dimônio" ?

Anônimo disse...

Peri,

só resta desejar 134metros de muita alegria para vocês....aqui nem se sabe o que é isso! Digo, carnaval, não alegria!

Anônimo disse...

Eduardo
Hoje em dia,carnaval só a uma distância segura, menos que 134 m só se fosse para ir assistir o desfile.
Acho que vou assistir só o carvão da churrasqueira e a lenha do forninho de pizzas.

i disse...

Os cálculos religiosos já foram pro saco faz tempo. Quem se lembra que o carnaval tem relação com a quaresma??

Que se explodam as escolas. Bons mesmo são os blocos! Viva o carnaval!

Anônimo disse...

Caro Osrevni
Ah, ah, que foram , foram, mas foliões profissionais e tementes à Deus, devem ir à igreja tomar as cinzas na quart-feira para expiar seu pecados quase inconfessáveis.

Não chego a desejar a perigosa explosão das escolas, para cada mulata que pode cair em nossa cabeça certamente virão também despencando uns 2 tocadores de surdo treme-terra e uns quatro turistas branquelos que nunca foram num ensaio.
Os blocos são mesmo a salvação do carnaval, apoiado.

anna disse...

peri's porque será que o gajo não arredondou para 135?

Anônimo disse...

Anna
Um sambista da maior responsa não precisa arredondar.
ou ...
o regulamento do desfile não permite carros com mais de 134m....

Anônimo disse...

Também prefiro tranqüilidade.
abraço, garoto

Anônimo disse...

Denise
Deixei de rasgar fantasias faz muito tempo, garota.

Anônimo disse...

Peri, já que o negócio é cair na folia, tem aquela também:

"Confete,
pedacinho colorido
de saudade... Ai, ai, ai...
Ao te ver na fantasia
Que usei, confete, confesso que chorei..."
Bonita a letra, não?
Cantava quem? Francisco Alves ou Nelson Gonçalves?

Anônimo disse...

Adelino
o Google informa : Francisco Alves.

Como você citou uma marchinha , o carnaval tem uma certa resistência genética. No Rio os blocos que ressurgem, o carnaval de Recife e Olinda, e aqui no estado de SP, o carnaval de rua de São Luís do Paraitinga, incrustrada ali na Serra da Bocaina,meio caminho entre Taubaté e Ubatuba, agitadíssimo com os blocos que tem marchinha enredo! Está virando um cult.