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7.9.09

Voando sobre a ainda amigável cidade - e sobre a não tão amigável

São Paulo, 1958


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Provavelmente o primeiro levantamento aerofotográfico de São Paulo.

Na foto, aparece um pequeno trecho do leito original do Rio Tietê ainda sendo retificado, entre as pontes das Bandeiras ( à direita ) e da Casa Verde . Acima o então bucólico Campo de Marte, frequentado só por teco-tecos, tico-ticos e outros exemplares emplumados. Hoje abriga a barulhenta segunda maior frota de helicópteros do mundo , só perdendo para New York.

O Parque Anhembi e as marginais ( isolando o rio da cidade com seus milhões de carros, caminhões e ônibus ) ainda eram um sonho. Os sócios dos Clubes Espéria e Tietê , fundados como clubes de remo e que aparecem encostados à ponte das Bandeiras junto às margens, ainda podiam sentar na beira do rio e ver os barcos e as águas passando calmamente, ainda relativamente limpas e com pequenos peixes.

LInk para o site que apresenta a imagem de toda a cidade, aqui. A tela tem o mesmo formato do Google Maps. Dê um zoom sobre São Paulo e depois clique na janelinha "1958". Interessante ver o que a cidade mudou.

A mesma região, hoje :

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21 comentários:

Anônimo disse...

Sobre voos no passado! Coisa para o nosso querido amigo Adelino!

peri s.c. disse...

Edu
Ele é brevetado ? Ou também voos virtuais ?

João Menéres disse...

É quanto custa o progresso...

anna disse...

depois de ontem, penso que essa cidade não nasceu num dia auspicioso...

qui estrago!

peri s.c. disse...

João
É alto esse preço :
retificaram o rio , nas suas duas margens construiram avenidas de 6 pistas, que hoje é a principal via de circulação para os 6 milhões de automóveis ( fora outros tanto ônibus e caminhôes )que circulam pela cidade. Ontem tivemos o dia mais chuvoso de Setembro nos últimos 60 anos, o rio procurou de volta suas várzeas hoje inexistentes, inundou trechos da Av. e ... parou a cidade.

peri s.c. disse...

Anna
Nossa cidade nasceu no lugar errado, José de Anchieta deveria ter caminhado um pouco mais em direção à Jundiaí, onde o clima é mais saudável.
E, sem planejamento claro, a cidade foi ocupando as várzeas dos rios. De vez em quando eles procuram essas várzeas roubadas, com as águas das enchentes. Cidades e temporais não combinam.

Sibila disse...

Oi Peri,
vc que fez FAU, não é mesmo São Paulo uma cidade-palimpsesto? A aldeia Tibiriçá foi engolida pela cidade colonial que foi engolida pela da Belle Époque, que foi engolida pela dos anos 50 que foi engolida pela dos anos 60 que foi pela dos 70 que foi foi foi e hoje os empreiteiros e cia jantam hora a hora a cidade.
Beijos.
Um beijo atrasado pra Vivina e obrigada.

peri s.c. disse...

Sibila

São Paulo uma cidade, para todo-o-sempre, autofágica.

Talvez por morar aqui e olhar com olhos atentos a cidade e suas pessoas ( arquitetos de minha geração são antes de tudo uns curiosos ) nunca levei muito à sério na FAU as matérias de Urbanismo ( apesar de ser um " urbanista formado" ) , sempre o achei impraticável no nosso malemolente e inzoneiro caldo sócio-político-cultural, ziriguidum, ôba !

De nada, prá mim são um prazer esses papos paralelos na caixa de comentários.

Anônimo disse...

Peri:

Agora sim!
Posso fazer parte do côro no caos urbano.Antes não.
A individualidade não era ética?

Abraços paulistanos.

Günther.

Anônimo disse...

Peri,

o blog FATOS E DADOS do André, acaba de ser FECHADO a mando da PETROBRÁS.
Ontem haviam censurado, hoje FECHARAM.
Hoje foi o dele, amanhã poderá ser o NOSSO!
Veja mais no Drops!

peri s.c. disse...

Günther

Coro no caos só emite notas dissonantes.

A individualidade agora só em "tribos", eh, eh.

abraços também paulistanos, ôrra meu.

peri s.c. disse...

Edu

Já estava acompanhando e achava previsível esse desfecho .
O blog falecido perfurava águas profundas e turbulentas.
Nossa empresa maior é muito mais poderosa do que parece .

Sibila disse...

Peri, como assim ?, vc acha que nenhuma teoria casa bem com a cidade?
Mas isso não seria sintoma da necessidade de novas teorias?
Talvez excesso delas.
Ziriguidum, ôba!
Beijos

peri s.c. disse...

Sibila
Não é uma questão teórica, é prática.
O setor imobiliário, com seus longos e poderosos braços, é quem "planeja" a cidade. Vide a confusão que foi, aliás ainda está sendo, a aprovação-implementação do último plano-diretor de SP.
E desta vez tínhamos na Câmara um urbanista relatando o projeto, o Nabil, que depois nem conseguiu se reeleger ... sinal que é um assunto que pouco preocupa os eleitores ( cidadãos ).
Meu avô, semi-alfabetizado mas muito vivido, quando tinha uns 80 anos de idade, há uns 20 anos atrás, via os edifícios sendo levantados e me perguntava malicoso : me explica, tão subindo esses prédios todos um do lado do outro, onde vão enfiar os carros, tem "garage" e rua prá todos eles ?....

Tivemos um prefeito, Figueiredo Ferraz, no início dos anos 70, que um dia falou : " São Paulo precisa parar ( de crescer )" , foi taxado de louco ...

Justiça seja feita : o Jayme Lerner em Curitiba, conseguiu planejar e implantar com sucesso o que planejou. A excessão que confirma a regra.

bjs

peri s.c. disse...

essa palavra ne persegue, correção : " ...exceção ..."
( sempre achei mais elegante visualmente com dois "s", aí erro )

Lina Faria disse...

É, Peri
os projetos de ocupação de solo já não são mais previsivel. É a economia emergente que determina mesmo a direção das cidades.
Curitiba teve simples e bons projetos. Alguns defasados pelo crescimento da cidade, outros que se arraigaram à cultura, como separação de lixo.
Mas hoje não existem mais uma cidade. Existem conurbações.
Curitiba está virando os "jardins"
da região metropolitana. Tudo igual.

Toda cidade é mesmo oroboro a se comer em circulo.

e, ziriguidum!

peri s.c. disse...

Lina

O mundo terminará numa única e monstruosa conurbação.
SP , o município, tem 12 milhões de habitantes, devidamente conurbada com os 36 ( acho ) municípios ao redor, formando a Grande SP são 18 milhões.
Na faculdade, anos 70, falava-se que uma cidade é governável ( pode-se gerir suas deseconomias e demandas ) se tiver menos que 1 milhão de habitantes, passou disso caos à vista.
E " planejamento urbano " no Brasil é apenas viário e mal feito, a única coisa que conseguem é trocar o congestionamento de lugar.
Só agora, pelo menos aqui ( aí em Curitiba, ok, Lerner, agiu ), o transporte coletivo, de massa,passa a ser alvo de debate. Tarde demais .

Anônimo disse...

Peri:

Nos anos 70 a cidade facilitava a agilidade jovem.
Hoje,inunda a ação.

Agora,na nossa idade,não dá para trocar d`ilha,só dá para troca dilho.

Abraços ilhados.

Günther.

peri s.c. disse...

Günther

Agilidade jovem de ônibus elétrico. Ir "cidade" era ir ao "Centro". Vivíamos fora da cidade ?

abraços urbanos

Jorge Pinheiro disse...

Impressionante!!!

peri s.c disse...

Jorge
Muito mais do que você pode imaginar.