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31.8.08

Corrida espacial

Na atual corrida espacial rumo à abóbada celeste, não se usam mais Sputniks ou engenhos afins. O inquieto ser humano partiu já faz algum tempo a corrida dos " arranha-céus".
Neste fim de semana foi inaugurado o prédio mais alto do mundo, o Shangai World Financial Center, com 492m de altura, 101 andares, 378.000m2 de área construída.
Essa altura corresponde ao nosso Edifício Itália, aqui de SP, em cima do Pão de Açucar.


É o da esquerda. O da direita é a Jin Mao Tower, com apenas 420 m , um nanico .

Existe uma curiosidade nesse projeto. O original era o da ilustração abaixo, com o vazado do topo em forma circular. Esse detalhe do desenho provocou grandes discussões em Shangai porque empresa que o empreendeu é do Japão e levantaram a questão que o círculo lembrava o sol da bandeira japonesa, um símbolo da invasão capitalista japonesa no novo sócio-capitalismo chinês.
Tiveram que mudar o projeto.




Aqui a alteração do projeto . Com a bola era melhor




Mas nessa nova corrida espacial ele não vai ser o campeão por muito tempo, em Dubai já existe um em construção, muito mais alto, 800 e tantos metros. São tantos, que as informções são desencontradas, ninguém consegue elencar pela ordem de altura , os que já estão em obra e os que estão apenas em projeto. A grande maioria é na Ásia, o maior por enquanto será em Dubai, que é o do meio na ilustração abaixo.






Esses prédios sairam faz tempo de escalas físicas humanas . Deixo duas questões :


- Você teria um escritório no topo de um desses gigantes?
- Qual seria a reação de um improvável Dom Quixote dos tempos atuais ao se deparar com um desses modernos "moinhos de vento" ?


38 comentários:

... disse...

Peri, vejo a situação sobre outro aspecto.
Quantas pessoas circulam e trabalham num troço desses diariamente?
Qual é o grau de sociabilização disso?
Qual a contribuição para a sociedade como um bem que fomente a sociabilização?
Só veja contribuição tecnológia, taylorismo, uma estética fraca pelo volume de dinheiro e pessoas que movimenta.É muito pouco para eu acreditar que o caminho é esse. Às alturas.

Jorge Pinheiro disse...

Detesto prédios altos. O conceito babilónico de tocar fisicamente o céu não me convence.

Henrique Gonçalves disse...

Mal posso esperar para ver alturas calculadas em quilômetros! Verticalização e densidade é o caminho!
Sobre a pergunta 1, é claro que sim!
Sobre a pergunta 2, é melhor o Dom Quixote trocar sua lança por um AirBus, tem mais efeito!

Anônimo disse...

Fernando
Também não acho que o caminho seja esse, vide a insinuação que fiz sobre esse aspecto quando cito que saiu da escala física humana.
Mas está de acordo com a escala humana de exibição, principalmente de poderio econômico.
Acho que esses prediões trazem por trás exatamente a negação do bom convívio ( socialização, como você frisa ) humano.
Seus usuários correm o risco de conviver, como acontece aqui em SP na região da Berrini, apenas nas intermináveis filas de carros parados na hora de sair dos estacionamentos dos subsolos.

Anônimo disse...

Jorge
Também não me convence, mas pesquisando para fazer esse post fiquei impressionanado com a quantidades de projetos deste porte em gestação em todos os cantos do mundo. Há muito mais dinheiro sobrando por aí do que imaginamos.

Anônimo disse...

Henrique

Verticalização e adensamento poderiam ser os caminhos em cidades com estruturas urbanas e viárias capazes de aguentar esse impacto. O poder econômico que promove a verticalização e o adnesamento está pouco se lixando para as consequências desse binômio. Um dado complementar à resposta que dei ao Fernando : nos sofisticados edifícios ali da Berrini, os usuários ficam de 1/2 hora a 45 minutos em seus carros na fila para conseguir sair das garagens.


1. E na que hora que você visse o o 747 vindo em direção à sua janela ou na hora do incêndio, quando você na escadaria olhasse a plaquinha durante a correria para baixo, e visse que ainda estava no 97º andar, você não se arrependeria ?

2. Parece que já trocou uma vez , mas por dois 767.

Anônimo disse...

Engraçado falares neste assunto, porque ontem à noite num jantar de amigos, uma amiga nossa (do grupo) que é designer 3D e está desde Outubro último a trabalhar no Dubai, falou sobre estes edifícios. Conta ela que o mais alto do mundo está a ser construído lá neste momento mas, como existe um projecto de um outro na Arábia Saudita que pode vir a ser mais alto, eles lá no Dubai atrasaram a construção deste para refazer o projecto no sentido de poder acrescentar mais altura a este prédio. Não vá o da Arábia Saudita ultrapassá-lo! Incrível, eu diria. Ela contou também que existe lá um outro já pronto e que, quando tem que ir lá para reuniões com clientes, fica com dores de ouvidos devido à velocidade do elevador! Ela trabalha para uma firma de arquitectura cá de Lisboa, está morta para se vir embora e diz que a cidade está em permanente construção 24 horas por dia. Nunca param. A cidade está sempre iluminada de noite, devido às obras e parece sempre que é de dia. A luminosidade é tanta que se vê do espaço. (diz quem lá passou por cima...) O namorado contou que a cidade lhe faz lembrar um grande parque temático. Dinheiro e fausto por todo o lado. Sim, afinal parece que há ainda mais dinheiro que se imagina.

valter ferraz disse...

Peri,
fico ainda no aspecto religioso(herança do tempo no seminário): a Babel a caminho. Entender já não nos entendemos há tempos; com essas construções rumamos para o fim, um dilúvio viria bem a calhar, eu acho.

Anônimo disse...

Peri,

depois de comentários nessas alturas, vou ficar aqui com os pés no chão!
Boa e polêmica postagem!
Little is beautiful

Silvares disse...

O que iriam pensar os arquitectos das grandes (?) catedrais góticas perante esses projectos?
Estaremos perante edifícios que mostram uma transformação decisiva no ser humano? Essa escala reduz-nos a uma insignificância medonha. Os construtores das catedrais pretendiam louvar e mostrar a grandeza de Deus. Estes arquitectos mostram a grandeza de quê? Qual é o conceito por detrás do projecto?

Respondendo às questões.
1- Tremo só de pensar em estar tão alto numa coisa agarrada ao solo. Nunca!
2- Cairia de costas tentando vislumbrar a cabeça do monstro.

Anônimo disse...

Roserouge
Na ilustração comparativa aí do post, o de Dubai é o do meio e o da Arábia deve ser o da esquerda.
Existe um documentário sobre ele, passando no Discovery Channel, naquela série MegaConstruções.
Vou fazer uma pesquisinha para saber quanto custa construir um monstrengo destes, tudo nele é especial, inclusive as soluções para controlar as deformações estruturais por causa dos ventos.

Uma amiga, arquiteta, esteve en Dubai mês passado, também voltou , como todos , impressionada. Eles já estão se preparando para o fim do petróleo, com a criação desse centro de turismo/lazer/serviços que é mesmo um grande parque temático arquitetônico, tudo é excessivo. Inclusive as distâncias.
E com um detalhe interessante : não existe transporte coletivo ! Nenhum ônibus ! Ou carro ou taxi. Um problema para os operários que lá trabalham, a maioria paquistaneses.

Anônimo disse...

Valter
Uma Babel um pouco mais organizada, o projetista arquitetônico é um só.
Mas as equipes envolvidas no projeto e construções, eh, eh, gente de tudo quanto é canto do mundo.

Anônimo disse...

Eduardo

A polêmica será pequena, o espanto é geral, acho que há um consenso que esses prédios são "over".

sonia a. mascaro disse...

Jamais trabalharia ou moraria nas alturas. Quando morava em apartamento gostava de poder olhar na janela e ver as pessoas na rua, as árvores...

Me espanta essa tecnologia toda...
Penso que você deve conhecer o site
SkyscraperCity. Caso não, vale dar uma olhada nesse site que traz muitas coisas, inclusive os Superstall, Highsrises, etc.
Abraços.

Anônimo disse...

Silvares

Grandes aviões particulares, grandes iates, Ferraris e Rolls-Royces viraram banalidades no exercício de exibição de poder econômico.
Transferiram essas exibições para a construção desses prédios.
e o processo é curioso, esse aí, o Shangai WFC, depois do projeto pronto, que ficou parado algum tempo, não sofreu só a alteração da bola em seu topo.
Resolveram aumentá-lo em não lembro quantos andares, para que ficasse por algum tempo como o mais alto.Sorte dos projetistas que tiveram que refazer o projeto, com honorários nada desprezíveis.

Você lembrou bem das grandes catedrais , construídas dentro do mesmo espírito de exibir poder.
Não sou especialista no setor histórico, mas lembro do caso da de Siena, que foi projetada para ser maior que a de Firenze.Só que Siena perdeu a disputa pelo domínio político/econômico da região e seu Duomo ( um interior lindo, aliás ) ficou pela metade.
Os arquitetos das grandes catedrais ficariam pasmos com os tamanhos, técnicas e principalmente a velocidade de construção.

Anônimo disse...

Sonia
Pelo menos uma dessas ilustrações é do Skycraper City.

Quem viveu, como nós, ao rés-do-chão e em casas não está preparado para as alturas.
A verticalização radical habitacional/escritórios é assunto para ser desfrutado pelas novas gerações, que estarão acostumadas a viver em caixinhas-de-fósforos aéreas.
Abç

Anônimo disse...

Freud e a inveja do pênis explicam...

Anônimo disse...

Guga
Também uma boa explicação.
Mas, como Freud falou sobre os charutos, às vezes um predião desse tamanho é apenas um predião desse tamanho.

don azia disse...

tem meses que não entro num prédio. e a sensação é gostosa (não sei qual será a definição de prédio, mas algo com três andares já deve merecer essa designação :).

escritório lá em cima? sim, mas provido de um paraquedas, parapente ou afim. em caso de, não vá o diabo tecê-las, e se ele gosta de as tecer.

(opa, e pra fumar um cigarro, peri? tem como abrir a janela?)

este abraço.

Anônimo disse...

Caro Azia
Você está desfrutando da existência numa escala humana.
Como acredito em algumas das leis de Murphy, entre elas a que diz : " tudo o que não pode dar errado, dará",um paraquedas, um parapente,etc são utensílios interessantes para se ter por perto. Não acredito nem grandes e perfeitos esquemas de segurança.

3 andares = um "predinho".

O cigarro é um problemas nestes modernos edifícios politicamente corretos, cheios de gente que morrerá gozando de perfeita saúde. As janelas não abrem, impedindo a dissipação da fumaça e também qualquer torneio de arremesso de bitucas.

abraço

Anônimo disse...

Só mais uma acha prá fogueira: no cimo destes prédios, o oxigénio é rarefeito, não se consegue respirar, tem que ser injectado artificialmente. Por isso, as janelas não se abrem. Tipo avião. Se calhar também não se podem dar uns tirinhos, aquilo às tantas vai tudo pelos ares...mesmo assim, gostava de visitar um sítio destes. E tirar umas fotos. E voltar pra baixo logo logo. Ufa!

Anônimo disse...

Roserouge

Então chegaremos ao ponto, dependendo da altura do fálico edifício, que seus usuários irão para o trabalho em trajes de astronautas, ah, ah.

Apesar de 2.00m de altura já me provocarem umas certas vertigens, também gostaria de subir num destes pimpolhos.

Anônimo disse...

Mas não deixa de ser estranho. Eu respiro bem numa montanha de 2.000 metros de altura (a nossa Serra da Estrela, por exemplo) porque será que se respira mal a 900 metros? Será por o ambiente ser diferente? Não sei, não percebo nada disso. Esses prédios aí fazem-me lembrar esse grande filme de Ridley Scott, o Blade Runner.

Anônimo disse...

Mas não deixa de ser estranho. Eu respiro bem numa montanha de 2.000 metros de altura (a nossa Serra da Estrela, por exemplo) porque será que se respira mal a 900 metros? Será por o ambiente ser diferente? Não sei, não percebo nada disso. Esses prédios aí fazem-me lembrar esse grande filme de Ridley Scott, o Blade Runner.

Anônimo disse...

Roserouge
Interessante questão, a atmosfera é artificial, via ar condicionado. E estes prédios tem um problema estrutural delicado em função da ação do vento. Esse Shangai tem uns contrapesos e-n-o-m-e-s móveis computadorizados, que se mexem conforma a força e o lado que o vento vem. Esse efeito vento deve provocar alguma outra questão nas tomadas de ar externo para o ar condicionado, que deve estar sobre pressão, criando uma atmosfera identica à de um avião. Vou pesquisar à respeito, com os entendidos..

anna disse...

peri's, seria a nova babel?

Anônimo disse...

Anna
Aprofundando a resposta que dei ao Valter :
Estas obras não são uma babel, para levantar uma trolha desta todos os envolvidos são profissionais do mais alto nível, sabem o que fazem.
E quem está pondo o dinheiro, contratou outros tantos profissionais para fiscalizar direitinho.
Lá empenham 4/5 anos fazendo os projetos e depois constroem em 2/3, com tudo resolvido. Exatamente ao contrário do que se faz aqui. As babéis estão mais perto de nós do que vocês imaginam, eh, eh, vide o desabamento do metrô....

Anônimo disse...

pra mim, o guga matou a charada: quem desenha essas excrescências tem sérios problemas sexuais.

Anônimo disse...

Esse Guga fala pouco, mas quando fala...é como aquela coisa dos homens gostarem de carros grandes e vistosos para impressionar as garotas, né??

Anônimo disse...

Marcio
ou não tem problema nenhum e se exibem sem pudor, ah, ah

Anônimo disse...

Roserouge
Esse tal de Guga é, sem dúvida, o melhor comentarista lá da rua onde ele mora, impressionante o gajo.

Henrique Gonçalves disse...

Que adensamento e verticalização são a resposta, não tenho a menor dúvida. Mas sei que existem várias formas de se pensar um prédio, sendo algumas péssimas como mostra São Paulo em geral.

Agora se um avião batesse no arranha-ceu onde fica o escritório e, enquanto o prédio está em chamas eu visse que ainda estou no 96°, ia fazer a mesma coisa que faço nos aeroportos brasileiros: ia relaxar e gozar!

Henrique Gonçalves disse...

Ah, e outra.
Culpar a altura dos edifícios pelo fato das pessoas ficarem horas esperando em filas na garagem me parece um erro de diagnóstico.

O culpado da história é o governo que nunca investiu macissamente em transporte público.

O mesmo digo do convívio nos arranha-céus, a culpa é dos empreendedores que não visam lugares de convivencia e também dos arquitetos que não forçam a barra, e não do objeto em si.

Anônimo disse...

Henrique
A questão de adensamento e verticalização, que efetivamente acontece em nossas cidades é que deveriam estar normatizados e de acordo com políticas de planejamento urbano. Coisa que não existe nesse país e não interessa aos investidores imobiliários. As vias de circulação não foram pensadas na densidade de tráfego existentes hoje, e ficam piores com o adensamento.
E as obras viárias, necessárias, hoje não resolvem congestionamentos, só os mudam de lugar.

Fala-se com razão no transporte público, que pode até funcionar em pequenas e médias cidades, não em grandes. Exemplos europeus ? Americanos ? Quais cidades lá tem 18 milhões de hab. como a Grande SP ?
Aqui foi elaborado um novo Plano Diretor, cujo vereador-relator foi um arquiteto, Nabil , meu contemporâneo de escola, muito sério e preocupado com as questões urbanas. O projeto sofreu uma série de alterações posteriores, pela poderosa pressão do setor imobiliário, dadas as restriçôes " humanizantes" que apresentava.

Quanto aos eventuais erros de "diagnósticos", o empreendedor está preocupado com números : qual o máximo que é possível construir em um terreno, e como tentar achar brechas de interpretações nas leis para construir um pouco mais, quando não o fazem à margem das leis.

E hoje quem "arquiteta" um edifício destes é o pessoal financeiro, de marketing e de vendas dos investidores. Ao arquiteto só resta desenhar um briefing fechado ( até no " estilo arquitetônico" ) sofrendo para enfiar no projeto todas aquelas bossalidades inventadas pelos "experts" em mercado.
O único que faz o que bem entende é um tal de Oscar Niemeyer, o resto, inclusive os outros figurões de nossa arquitetura encolhem o rabinho e ficam quietinhos.

Patty Diphusa disse...

Talvez não ligasse tanto para o ar rarefeito por uma semana, talvez não ligasse para meu medo de altura por três dias, talvez nem me importasse em descer para fumar por um dia ou dois dias. Mas, com certeza, teria pesadelo todos os dias com aviões chegando, chegando...Medoooooo.


bjs

Anônimo disse...

Patty
pela altura que estão alcançando, õ risco não são apenas os aviões, tem também os satélites.

Luiz Santilli Jr disse...

Depois de tantos pareceres altamente técnicos e fundamentados, só me resta o lado cinematográfico:
"Onde o King Kong iria se colocar?
1 - Espetado na antena do prédio potudo?
2 - Dentro da argola do projeto dos japas?
3 - Entalado na janela quadrada dos chinas!

Pior, o King poderia pensar que era um chaveiro e fugir com ele!!!

Santilli

Anônimo disse...

Santilli
Imagine um filme, com a cena final em Shangai, nesses dois prédios que estão um ao lado do outro.
O embate final entre o King Kong empoleirado em um e o Godzilla no outro, se cutucando com as antenas arrancadas de seu topo ?