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6.6.08

Novos horizontes - 2

Atirei no que vi, acertei no que não vi.

O Fernando Zanforlin matou a charada da foto do post anterior, trata-se de uma obra de Land Art, " Floating Island to Travel Around Manhattan Island " de Robert Smithson , vide este texto de Ana Rosa Oliveira, publicado na Vitruvius :

" Nas revisões artísticas que acompanharam a turbulência cultural e social dos Estados Unidos nos anos 60, a paisagem, tradicional fonte de inspiração, passou a ser tratada de forma bastante peculiar por um certo número de artistas. Em vez de representá-la através de pinturas, muitos deles decidiram introduzir-se na paisagem, utilizando seus recursos e trabalhando com seus aspectos mais característicos. Eles não estavam mais representando a paisagem, mas se encontrando com ela. Sua arte não era simplesmente sobre a paisagem, mas na paisagem.

As primeiras destas obras, realizadas por Michael Heizer, Robert Smithson, Walter de Maria e Robert Morris, ficaram conhecidas como "Earthworks" ou "Land Art". Parte da concepção destes artistas estava implícita nas declarações de Michael Heizer e Robert Smithson. Para o primeiro a escultura precisava expressar o caráter e a escala das grandes paisagens ocidentais: "Art had to be radical. It had to be American". O segundo observava: "Um grande artista pode realizar arte simplesmente lançando um olhar. Uma série de olhares pode ser tão sólida quanto qualquer coisa ou lugar, mas a sociedade continua a roubar do artista sua arte de olhar, valorizando apenas os objetos de arte".

Numa época de conquistas espaciais, revoltas sociais causadas por uma guerra impopular (Vietnã) e antagonismos sociais, surgiu como perspectiva a arte. Uma arte não conformista e, sobretudo, não complacente, que não se pretendia perene, nem para consumo. Era um momento de desencanto, no qual os artistas fugiam da guerra, fugiam de si mesmos e se refugiavam na paisagem. Neste contexto, pode-se entender a paisagem como um meio metafórico e não contaminado, passível de apropriação para manifestação plástica. A maioria dessas obras realizou-se em desertos, lagos, rios, campos e outros lugares não habitados dos Estados Unidos. Isso as distingue de outras formas mais portáteis de escultura, pois muitos desses trabalhos são indissociáveis do lugar onde se realizam e grande parte do seu sentido é tomada das características próprias da paisagem na qual se inserem. Além disso, seguindo o interesse dos artistas, essas obras e seus processos não podiam ser comercializados. O veículo que possibilitou materializar o processo, a apropriação e a divulgação da obra foi a fotografia, cujo papel aqui é idêntico ao que desempenha em outras modalidades, como a escultura ou a arquitetura.

Contrariamente à Pop Art – apta a à perpetuação e de fácil conversão econômica –, a qual se opunha, a Land Art permite que se fale de obras "intangíveis", em que se possibilita a comercialização dos veículos de divulgação das mesmas, mas não a sua posse enquanto objeto, até porque muitas delas, construídas com os materiais próprios do lugar, são "mutantes" ou "cambiantes", evoluindo e destruindo-se com o tempo. "

Estes trabalhos de Land Art são interessantíssmos, intervindo na paisagem .

Abaixo , " Broken Circle " outro de seus trabalhos :




17 comentários:

... disse...

Peri, legal a continuidade, esse pequeno texto do Vitruvius não conhecia. ab.

Anônimo disse...

Fernando
nada como aprofundar, mesmo que superficialmente, o assunto.
abç

Anônimo disse...

Peri,

o FErnando não deixa PASSAR uma!
Ótimo assim...

Forte abnraço aos dois!

Anônimo disse...

Eduardo
nossas assessorias especializadas não falham.
boa viagem de volta.
abç

Anônimo disse...

Peri,

já em São Paulo, numa ÓTIMA viagem, com as férias só terminando quando chegarmos na Piacaba!
Que delícia poder blogar sem HORA marcada e com o "taximetro do computador" em EUROS.....

Forte abraço e obrigado por tudo durante esses 24 dias...

anna disse...

ducastilho a intervenção do cidadão.

resta saber o que a natureza achou dela.

Anônimo disse...

Eduardo
Seja bem vindo, que bom que a viagem foi ótima.
Seu computador vai balançar o rabinho quando te ver, aguardamos os relatórios detalhados do passeio.
abração

Anônimo disse...

Anna
A natureza ficou feliz, embelezou a paisagem.
E intrigou os passantes, dos quais 93,8% pensaram : mas isso é arte? o que significa isso ? o que o artista quis dizer ? eh, eh

jayme disse...

Peri, e se eu quiser pendurar na parece?

jayme disse...

...parede

Anônimo disse...

Jayme
Essa arte não se dependura na parede, não se vende, não se leiloa. Democrática, não vai para as slas de diretoria de acervo de bancos e empresas. E está sujeita ao sol, aos ventos, às tempestades.

Anônimo disse...

Num tempo onde se vendem caro "espaços de meditação", como inundados somos pelos + muderrnos conceitos de condomínios - e mesmo sem esses modos neo-merdas de morar (e pagar)-, interessante e comovente mesmo a proposta da gente como um ente incorporado e incorporando a natureza, pra valer. Bjs.

Anônimo disse...

Sibila
No texto a autora comenta esta postura anti-comercial da land-Art, um aspecto que eu acho muito interessante. Se o artista for bom embeleza a paisagem.
Você viu recentemente aqui nas margens do Tietê, entre as pontes da Casa Verde e Julio de Mesquita, a obra com as esculturas de garrafas Pet, enormes e iluminadas à noite ? Ficou muito legal.
bjs

Anônimo disse...

eram os deuses astronautas?

Anônimo disse...

Marcio, não sei, mas para ficar nessa área intergalática, dá para afirmar que os bons artistas estão sempre meio fora de órbita.

Anônimo disse...

Peri, sabe q fui à estaiada, sábado (conhecer a tal da ponte alardeada) e não visitei a marginal do Tietê onde rolam essas lindezas de que me conta?
Longe o mesmo tanto uma e outra de casa, fui pela que soube, interessantemente, existir.
Não é interessante? Bjs.

Anônimo disse...

Sibila
pelo que fala nossa maliciosa imprensa, pelo baixo volume de tráfego que por ela tem passado, parece que a estaiada liga o nada com coisa nenhuma. bjs